Comprimido contra Covid da Merck: o que se sabe sobre o medicamento em desenvolvimento pela farmacêutica
A farmacêutica Merck anunciou, nesta sexta-feira (1º), que seu remédio experimental contra a Covid-19, o molnupiravir, reduziu as hospitalizações e mortes em pessoas no início da infecção com o coronavírus. O medicamento ainda não está à venda.
Como o remédio age?
Quais são os resultados até agora?
Há efeitos colaterais?
Ele já foi liberado para uso?
Será vendido em farmácias?
Ele funciona em pacientes graves?
Qual a capacidade de produção da empresa?
Quanto vai custar?
O comprimido age interferindo com uma enzima que o coronavírus usa para copiar seu código genético e se reproduzir. Ele mostrou atividade semelhante contra outros vírus.
O estudo da Merck acompanhou 775 adultos com Covid-19 leve a moderada e que foram considerados de maior risco para desenvolver um quadro grave da doença, devido a problemas de saúde como obesidade, diabetes ou doenças cardíacas.
Pacientes que receberam o molnupiravir em até 5 dias após o início dos sintomas da Covid tiveram cerca de metade da taxa de hospitalização e morte em relação aos pacientes que receberam um comprimido inativo.
Entre os pacientes que receberam o molnupiravir, 7,3% foram hospitalizados ou morreram no período de 30 dias depois da administração do medicamento. Depois desses 30 dias, não houve mortes nesse grupo.
Entre os que não receberam o molnupiravir, 14,1% foram hospitalizados ou morreram nos primeiros 30 dias dos testes. Depois desse período, 8 pessoas morreram, de acordo com a Merck.
A Merck planejava inscrever mais de 1,5 mil pacientes na fase final dos testes antes de o conselho independente interrompê-lo, por causa dos resultados positivos.
A empresa não especificou quais, mas disse que efeitos colaterais foram relatados por ambos os grupos no estudo. Eles foram ligeiramente mais comuns no grupo que recebeu o comprimido inativo (e não o do remédio).
Os medicamentos aprovados nos EUA para a Covid – o antiviral remdesivir e outros três tratamentos com anticorpos monoclonais – têm que ser administrados por via intravenosa ou injeção em hospitais ou clínicas.
Várias outras empresas, incluindo Pfizer e Roche, estão estudando medicamentos semelhantes que podem apresentar resultados nas próximas semanas e meses.
Mauro Benevides - A humanidade pede socorro