“Esse Congresso é frouxo para poder aprovar qualquer regra sobre despesa financeira”, critica deputado Mauro Filho

Por Paulo Sergio de Carvalho 19/06/2025 - 09:09 hs
Foto: Reprodução
“Esse Congresso é frouxo para poder aprovar qualquer regra sobre despesa financeira”, critica deputado Mauro Filho
“Esse Congresso é frouxo para poder aprovar qualquer regra sobre despesa financeira”, Mauro Filho

Em um tom contundente, o deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT‑CE), professor de Economia da UFC, lançou duras críticas ao comportamento do Congresso Nacional em relação ao debate sobre a despesa financeira — os gastos com juros, amortizações e rolagem da dívida pública.

Contexto do questionamento

Durante debates na Comissão de Finanças e Tributação, Mauro Filho alertou para o peso das despesas financeiras no Orçamento federal — que, segundo ele, consomem cerca de R$ 952 bilhões por ano, enquanto a soma dos demais gastos com o governo é significativamente menor. Essa despesa equivale a quase metade de todas as receitas da União, superando saúde, educação e previdência.

Em uma fala registrada no “Câmara Debate”, o deputado afirmou que o tema é “absolutamente interditado” na Casa. Em outras palavras, não há disposição para enfrentar os interesses do sistema financeiro, mesmo diante da magnitude do problema: “Alguém tem que explicar por que tem que ser 14% [de juros] e não 12%, em um gasto que em R$ 1 trilhão representa R$ 300 bilhões a mais” portalin.com.br.

“Congresso frouxo”

A crítica central se foca na inércia legislativa: embora o Congresso se mostre ágil para aprovar regras que travem outras despesas, é negligente quando se trata de enfrentar os juros públicos, que empurram boa parte do Orçamento. “Esse Congresso é frouxo para poder aprovar qualquer regra sobre despesa financeira”, declarou Mauro Filho, em referência à falta de coragem política para encarar o problema .

O desafio político


A denúncia de Mauro Filho expõe um paradoxo da política fiscal brasileira: enquanto o Congresso é eficaz para definir limites ao gasto primário, fecha os olhos ao gigantesco ônus dos juros públicos. Sua crítica central — de que a Casa é “frouxa” e falta-lhe coragem — coloca em xeque a capacidade legislativa de endereçar um dos maiores desafios econômicos do país. Resta saber se a música mudará — ou se seguirá a “frouxidão” no centro das decisões orçamentárias.