Atentado no Maranhão deixa dois índios mortos; Moro fala em enviar Força Nacional

Por Paulo Sergio 09/12/2019 - 16:45 hs

Dois índios da etnia guajajara morreram após atentado a balas ontem às margens da BR-226, no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, 500 quilômetros ao sul da capital São Luís. Em pouco mais de um mês, foram três vítimas na região. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), os indígenas foram atingidos por tiros disparados por ocupantes de um veículo Celta, de cor branca e com vidros espelhados por volta das 14h30. Outros dois ficaram feridos.

Após a confirmação das mortes, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, lamentou o ataque e informou no Twitter que uma equipe da Polícia Federal havia sido enviada ao local para investigar o crime e suas motivações. “Vamos avaliar a viabilidade do envio de equipe da Força Nacional à região. Nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares”, escreveu Moro.

Em nota, a Funai também lamentou as mortes ocorridas na Terra Indígena Cana Brava, próxima da Aldeia El-Betel, e afirmou que enviou equipe à região, assim como fizeram as secretaria de Segurança Pública e de Direitos Humanos do Maranhão. Depois do atentado, como forma de protesto, os indígenas interditaram a rodovia nos dois sentidos e a passagem de veículos ficou bloqueada. Episódios assim têm sido recorrentes na região. 

O governador Flávio Dino (PCdoB) já criou uma força-tarefa para garantir a segurança dos indígenas e mediar possíveis conflitos. De acordo com o governo estadual, no entanto, para funcionar plenamente a força-tarefa depende da União. Organizados desde 2012 com auxílio da Funai, os “guardiões” são grupos formados pelos próprios índios para proteger suas terras de invasões. Na Aririboia são cerca de cem jovens que patrulham a floresta armados com arcos, flechas e cordas. Armas de fogo são vetadas.

Estadão