Fortaleza fatura bi da Copa do Nordeste sob chuva no Castelão lotado e de forma invicta
Debaixo de chuva, com um homem a menos e depois de um apagão no Castelão, o Fortaleza conquistou pela segunda vez o título da Copa do Nordeste. A campanha invicta selou o segundo título do argentino Juan Pablo Vojvoda no clube em menos de um ano de trabalho.
Numa partida com poucas chances reais de gol, o pênalti convertido por Yago Pikachu aos 47 minutos do primeiro tempo foi fundamental para o Tricolor levar para o Pici mais uma orelhuda.
A qualidade do jogo ficou comprometida por uma gramado pesado, devido à chuva que caiu antes, no intervalo e na reta final do segundo tempo, mas também pela estratégia do Sport-PE de jogar o primeiro tempo de forma extremamente precavida. O técnico Gilmar Dal Pozzo escalou uma formação com três zagueiros, mas que defensivamente alternava entre uma linha de cinco e de seis, dificultando bastante a vida do ataque do Fortaleza.
Os jogadores do Tricolor até que conseguiam chegar na grande área adversária, mas lá dentro eram desarmados ou tinham a jogada interrompida por um defensor do Rubro-Negro, que espanava a bola. Por conta disso, logo aos dois minutos de jogo, Renato Kayzer pediu pênalti de Sabino. O jogador do Sport levantou a perna alto para afastar uma bola aérea e aparentemente teria acertado o rosto do atacante do Leão do Pici. No monitor do VAR, porém, o árbitro viu que não houve contato, apesar da jogada perigosa.
Moisés, que finalmente voltara ao time titular, foi o jogador mais perigoso do Fortaleza em campo. Em jogadas geralmente iniciadas pelo lado esquerdo, ou servia companheiros para finalizar, como fez com Lucas Lima, ou arriscava e via algum zagueiro se jogar na trajetória da bola. Em uma sobra, Hércules chutou, porém por cima do gol. O jovem volante, inclusive, justificou a chance como titular, com marcação forte e ajudando na saída de bola, sendo um dos melhores em campo. Ele ainda finalizou uma bola de longe, testando a atenção do goleiro Maílson, que defendeu.
O Sport teve rigorosamente uma chance na primeira etapa, com Sander, que recebeu uma bola longa pela esquerda, colocou por entre as pernas de Pikachu e invadiu a área. Ele finalizou rasteiro e Walef espalmou.
Já aos 45 minutos, em nova investida de Moisés, o zagueiro Thyere perdeu no mano a mano e derrubou o atacante tricolor. O pênalti foi marcado e Pikachu cobrou. A bola passou por baixo de Maílson.
Atrás no placar, o Leão da Ilha teria que sair para o jogo. Para isso, Dal Pozzo trocou um atacante por um volante, para não se expor tanto. Os pernambucanos até que tentaram durante toda a segunda etapa buscar o empate, mas com a chuva que caiu no intervalo, o gramado estava mais encharcado ainda.
O Sport só conseguiu assustar com bolas cruzadas na área e arremates de cabeça, como os de Naresi e Sabino, ou em chutes de longa distância, como o de Juba. Walef defendeu dois desses lances e acompanhou o outro, que foi para fora.
Uma penalidade foi marcada a favor do Rubro-Negro aos 24 minutos. Sander foi para cima de Benevenuto, pela esquerda, e quando entrava na área, pela lateral, Benevenuto se desequilibrou, caiu, mas não evitou o contato com o jogador adversário. Mais uma vez o VAR foi utilizado e a imagem mostrou que o lance aconteceu fora da grande área.
O clima ficava cada vez mais tenso e Robson, que entrara aos 21 minutos, acertou cotovelada em Thyere aos 34 e foi denunciado pelo árbitro de vídeo, levando vermelho direto.
No final, com chuva caindo novamente, a bola já não corria e o Sport ia no desespero. Uma segunda bola jogada em campo gerou confusão entre as duas áreas técnicas do Castelão. O apito final veio aos 58, quando os jogadores do Fortaleza já comemoravam em frente ao banco de reservas e a torcida já soltava o grito de “é campeão”.
A orelhuda foi levantada por Tinga, que foi desfalque por lesão, e Titi, que era o capitão. Com o segundo título do Leão do Pici, o futebol cearense se iguala ao pernambucano com quatro conquistas do Nordestão.
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