Assalto em Guarapuava: Celular impede bala de atingir policial, diz filha

Por Redação UOL 19/04/2022 - 10:54 hs
Foto: Reprodução/Instagram
Assalto em Guarapuava: Celular impede bala de atingir policial, diz filha
Segundo relatos, o cabo Wendler conseguiu guiar viatura com dois colegas feridos até um hospital

A psicóloga Anne Wendler, filha do cabo Wendler, relatou que pai só não foi ferido no peito por um tiro disparado durante o assalto orquestrado por uma quadrilha na madrugada de ontem em Guarapuava (PR) porque a bala atingiu o celular do policial.

"O colete chegou a perfurar com o tiro", disse Anne Wendler em uma série de postagens feitas ontem nas redes sociais. "Mas o celular amorteceu o impacto, e graças à Deus ele está bem", afirmou.

Segundo a psicóloga, o pai está "bem e vivo". "Foi um milagre mesmo a bala pegar no celular. É Deus, não tem outra explicação. Mas o terror que a gente passou ontem, de não saber como ele estava, com medo... É uma emoção tão forte que eu estou tremendo até agora", disse.

O cabo estava em uma viatura junto a outros dois PMs, quando o veículo foi alvejado pela quadrilha que realizou a ação no Centro-Sul Paranaense. Um dos colegas foi ferido na cabeça, e o outro, na perna. De acordo com a PM do Paraná, nenhum dos três corre risco de morte.

Em postagem nas redes sociais, uma mulher que se identificou como filha de um dos PMs disse que Wendler — "nosso anjo e herói" — conseguiu guiar a viatura, mesmo sem um dos pneus, atingido pelos tiros, até um hospital da região, onde deixou os dois colegas de farda.

A filha do cabo Wendler também se referiu ao pai como "herói". "Além dele sair dessa, pôde ajudar os outros dois companheiros dele que foram baleados", disse. "A gente está orando e torcendo por eles, pela família deles, para que eles fiquem bem", completou.

Assalto em Guarapuava

A ação da quadrilha em Guarapuava, a 200 km de Curitiba, mirou assaltar uma transportadora de valores situada no município por meio de sitiamento de ruas, ataques a batalhões policiais e uso de moradores como escudo humano.

Cerca de 30 pessoas participaram da ação, que se iniciou no fim da noite do Domingo de Páscoa (17) e virou até a madrugada de ontem, segundo relatos de moradores, que descreveram o ocorrido como "cena de guerra".

Quando o relógio batia quase 2h (horário de Brasília), a BR-277, que liga Foz do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense e passa por Guarapuava, ficou interditada por dois caminhões incendiados, interditando o acesso ao município alvo do assalto.

Posteriormente, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) confirmou que a ocorrência na rodovia estava atrelada ao assalto orquestrado pela quadrilha em Guarapuava.

Já de acordo com a Polícia Militar do Paraná, veículos incendiados também foram colocados em ruas estratégicas da cidade e na saída da sede do 16º Batalhão, que também foi alvejado por tiros.

Apesar da operação montada, a quadrilha não conseguiu entrar transportadora almejada, tendo fugido de Guarapuava em sete veículos, abandonando-os posteriormente — assim como uma arma de grosso calibre, encontrada em uma árvore —, segundo a PM.

Por ora, as autoridades detiveram apenas uma pessoa, suspeita de prestar apoio logístico à quadrilha, com aluguel de casas na região. Sem ter a identidade revelada, ela foi ouvida em uma delegacia por cerca de 5 horas e liberada em seguida, deixando o celular nas mãos da polícia.

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