Anderson Torres chega a Brasília e é preso no aeroporto
O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, foi preso na manhã de hoje no aeroporto de Brasília. Torres estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, e seu voo chegou ao Brasil por volta das 7h20.
Segundo passageiros, o ex-ministro saiu do avião escoltado por policiais federais antes dos demais viajantes. A Polícia Federal confirmou que o ex-ministro recebeu voz de prisão ao desembarcar, no hangar. Em seguida, foi levado do aeroporto em um comboio.
Torres estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos. Na noite de ontem, usando máscara e boné, foi escoltado pela polícia de Miami enquanto embarcava para o Brasil.
Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e cuidar da minha defesa. Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na Justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá."
Proposta de golpe. Torres foi exonerado da Secretaria de Segurança do DF no domingo (8), depois que golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes —o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF. Ele foi alvo de críticas de autoridades —no cargo, era responsável pela Polícia Militar, que não conteve os ataques.
A prisão foi decretada por Alexandre de Moraes na terça-feira (10), que também autorizou busca e apreensão na casa dele.
- Durante a operação, agentes da PF encontraram uma proposta de decreto para reverter o resultado da eleição.
- Torres disse que o documento foi tirado de contexto e seria inutilizado.
- No Brasil, ele deverá esclarecer quem redigiu o texto e em quais circunstâncias.
Nesta semana, o Planalto recebeu informações sobre um encontro de Torres e Bolsonaro em Orlando.
Nomeação. Ele já havia sido secretário do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) —que foi afastado do cargo—, antes de ser nomeado ministro de Bolsonaro. Voltou ao cargo no início deste ano, apesar de aliados de Ibaneis desaconselharem a indicação.
Delegado da PF desde 2003, antes Torres havia sido papiloscopista da Polícia Civil de Goiás.
Mauro Benevides - Decoro parlamentar vilipendiado
Tom Barros - A retomada de um sonho tricolor