ABOMINÁVEL: A velha e triste cultura de não aceitar o contraditório

Por Paulo Sergio de Carvalho 27/05/2019 - 09:01 hs

Ao observar comportamentos, após a colocação de alguns em se posicionar como pré-candidato ao cargo de executivo, ainda em 2017, sobretudo nas redes sociais, chego a indagações inquietantes.

Listo algumas: se, de fato, vivemos numa democracia não deveríamos respeitar o voto de uma liderança, do povo, certo ou errado sob qualquer ótica?

Não seria correto e lúcido levar em conta que este será eleito ou não nas urnas?

Querer violentar o direito dado pelo povo a um cidadão de decidir não é ato reprovável? Pouco inteligente?


Chamar isso de traição, como está em moda o verbete, seria correto?


Bolas! Se, de fato o pretenso candidato pisar na bola, chegando ele ao poder, o povo que lhe deu o mandato terá sempre as urnas, logo logo, para lhe dar o troco.


O que não falta no Brasil é eleição. Será preciso mesmo espelhar o desespero, o desequilíbrio e partir para desqualificar, xingar, julgar, caluniar, tirar dos cachorros atestando ódio, muitas vezes? De uma arrogância sem tamanho, e beirando o ridículo, evidente. Sobretudo em se tratando de figura cuja história de vida não lhe confere moral para apontar o dedão…


Seja a favor ou contra – ou qualquer outra votação, o povo está legitimado para fazer escolhas. Cabe ao eleitor o importante papel de aprová-lo ou não nas urnas. Mas o voto é mais que legítimo, e ataques de chiliques nunca mudaram nada. Nunca mudarão.


Aliás, só aumentam a antipatia ou misericórdia que os lúcidos já nutrem por natureza por quem não aceita opiniões alheias, ainda que estejam amparadas em fatos. Por quem se acha sempre o dono da verdade absoluta, velando, às vezes até com desfaçatez, a velha e abominável cultura de jamais aceitar o contraditório.