ABOMINÁVEL: A velha e triste cultura de não aceitar o contraditório
Ao observar comportamentos, após a colocação de alguns em se posicionar como pré-candidato ao cargo de executivo, ainda em 2017, sobretudo nas redes sociais, chego a indagações inquietantes.
Listo algumas: se, de fato, vivemos numa democracia não deveríamos respeitar o voto de uma liderança, do povo, certo ou errado sob qualquer ótica?
Não seria correto e lúcido levar em conta que este será eleito ou não nas urnas?
Querer violentar o direito dado pelo povo a um cidadão de decidir não é ato reprovável? Pouco inteligente?
Chamar isso de traição, como está em moda o verbete, seria correto?
Bolas! Se, de fato o pretenso candidato pisar na bola, chegando ele ao poder, o povo que lhe deu o
mandato terá sempre as urnas, logo logo, para lhe dar o troco.
O que não falta no Brasil é eleição. Será preciso
mesmo espelhar o desespero, o desequilíbrio e partir para desqualificar,
xingar, julgar, caluniar, tirar dos cachorros atestando ódio, muitas vezes? De
uma arrogância sem tamanho, e beirando o ridículo, evidente. Sobretudo em se
tratando de figura cuja história de vida não lhe confere moral para apontar o
dedão…
Seja a favor ou contra – ou qualquer outra votação, o povo está legitimado para fazer escolhas. Cabe ao eleitor o importante
papel de aprová-lo ou não nas urnas. Mas o voto é
mais que legítimo, e ataques de chiliques nunca mudaram nada. Nunca mudarão.
Aliás, só aumentam a antipatia ou misericórdia que
os lúcidos já nutrem por natureza por quem não aceita opiniões alheias, ainda
que estejam amparadas em fatos. Por quem se acha sempre o dono da verdade
absoluta, velando, às vezes até com desfaçatez, a velha e abominável cultura de
jamais aceitar o contraditório.
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